segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Tem certeza em dizer que quem tem promessa não morre?




Tem certeza em dizer que quem tem promessa não morre?
É bíblico dizer isso?Ou estamos falando o que ouvimos?
A mesma idéia que invalida a morte por um período de tempo para aqueles que têm promessa, também invalidaria a volta de Cristo por igual período. Se fosse desta maneira, muitos que esperam o cumprimento de alguma ‘promessa’ teriam a certeza de que não seriam surpreendidos pelo dia do Senhor por um determinado período de tempo ( 1Ts 5:1 )

A bíblia contraria o argumento de que quem tem promessa de Deus não morre!
Ela demonstra que Abraão, Isaque e Jacó tinham uma promessa de Deus, porém, morreram sem alcançá-las"Todos estes morreram na fé, sem terem recebido as promessas; mas vendo-as de longe, e crendo-as e abraçando-as, confessaram que eram estrangeiros e peregrinos na terra" ( Hb 11:13 ).
O escritor aos Hebreus também demonstra que muitos tiveram uma vida vitoriosa. Ex: Moisés, Raabe, Gideão, Baraque, Sansão, Jefté, Davi, Samuel e alguns profetas são exemplos de fé, pois venceram as adversidades confiados em Deus e alcançaram livramento conforme as promessas de Deus ainda em vida ( Hb 11:32 -34).
Do mesmo modo, ou seja, pela fé, muitos outros experimentaram a morte, a tortura, o escárnio, os açoites, as prisões, o apedrejamento, foram serrados, mortos à espada, outros eram necessitados, aflitos, maltratados, etc., o que demonstra que, muitos, embora crendo, não alcançaram livramento das agruras deste mundo.
Dentre estes servos de Deus, muitos recusaram o livramento de Deus, segundo a sua promessa, visando alcançar superior ressurreição ( Hb 11:35 b-38).

A concepção de alguém vitorioso hoje é a de uma pessoa bem sucedida financeiramente, empreendedor, cheio de bens materiais, mas, não é assim a vitória que o crente conquistou em Cristo, visto que, muitos pela fé viveram maltratados, aflitos e necessitados. Isto demonstra que a promessa de Deus vai além de questões vinculadas a livramentos com relação às agruras deste mundo "Porque não queremos, irmãos, que ignoreis a tribulação que nos sobreveio na Ásia, pois que fomos sobremaneira agravados mais do que podíamos suportar, de modo tal que até da vida desesperamos" ( 2Co 1:8 ).
Há acepção de pessoas em Deus? Ele é injusto por dar livramento para alguns e outros não? A promessa de Deus não é para todos os homens?
A idéia de que quem tem promessa não morre surge de uma falta de compreensão sobre o que é a promessa de Deus e como alcançá-la. Para uma melhor compreensão é preciso entender estes dois versos: “Portanto não lanceis fora a vossa confiança, que tem uma grande recompensa. Necessitais de perseverança, para que, depois de haverdes feito a vontade de Deus, alcanceis a promessa” ( Hb 10:35 -26).
‘Não lançar fora a confiança’ é o mesmo que ‘perseverar na fé’. Qual fé? Ora, a mesma fé que uma vez foi dada aos santos: a verdade do evangelho ( Jd 1:3 ). É necessário a todos que crêem na mensagem do evangelho perseverar, pois esta é a obra perfeita que a fé produz no cristão: a perseverança ( Tg 1:4 ).
A fé sem perseverança é morta, pois esta é a obra perfeita que a fé produz no cristão!
Só alcança a promessa de Deus aqueles que fazem a sua vontade! Qual é a vontade de Deus que o homem deve fazer (executar)? Sacrifícios, rezas, imprecações, orações, jejuns, etc.? Não! A vontade de Deus é esta: ‘Que creiais naquele que Ele enviou’ ( Jo 3:23 ).
Ora, somente alcança a promessa de Deus aqueles que crêem no nome do seu Filho Jesus Cristo. É pela fé que se alcança a promessa de Deus. Ou seja, ‘fazer a vontade de Deus’ é o mesmo que ‘crer em seu Filho’. Através da crença (fé) o homem torna-se participante de uma promessa, e só é possível alcançá-la perseverando na fé.

Agora chegamos à questão principal: Sobre qual tipo de promessa estamos falando? De onde surgiu à concepção de que não morre quem tem promessa? De onde pode surgir uma nova promessa?

Se for por meio de profecias temos uma ressalva do apóstolo Paulo que diz: "Mas o que profetiza fala aos homens, para edificação, exortação e consolação" ( 1Co 14:3 ). A finalidade da profecia hoje não é estabelecer novas promessas, e sim exortação, consolação e edificação, pois já temos a promessa: a vida eterna!
Não é da vontade de Deus que o cristão se fixe nas coisas desta vida, e as suas promessas não dizem de coisas passageiras, tais como: bens materiais, relacionamentos humanos, viagens, ministérios, dons, etc., antes é preciso viver hoje como se Cristo voltasse agora.
Há um grande misticismo no mundo! Os homens vivem em procura de prognósticos, adivinhações, oráculos, promessas, etc. Deus não contraria a sua palavra, concedendo uma promessa pontual para o amanhã, uma vez que o dia de amanhã não nos pertence "Não vos inquieteis, pois, pelo dia de amanhã, porque o dia de amanhã cuidará de si mesmo. Basta a cada dia o seu mal" ( Mt 6:34 ); "Digo-vos que não sabeis o que acontecerá amanhã. Porque, que é a vossa vida? É um vapor que aparece por um pouco, e depois se desvanece" ( Tg 4:14 ).
Deus não invalida a sua palavra através de uma promessa pontual. Como conciliar uma promessa tendo em vista questões deste mundo com o que diz a sua palavra: o homem viverá do suor do seu rosto ( Gn 3:19 ); tudo sucede igualmente a todos os homens ( Ec 9:2 ); o tempo e a sorte ocorrem a todos e o homem não sabe a sua hora ( Ec 9:11 -12); o homem não tem como descobrir o que há de ser ( Ec 7:14 ).
Alguém pode citar Simeão. Dele temos que era homem temente a Deus e que esperava a consolação de Israel ( Lc 2:25 ). Ora, foi lhe revelado pelo Espírito, que antes de morrer haveria de ver a Salvação de Israel. Temos uma revelação, da mesma forma que teve José e Maria.
Tal revelação de Deus a Simeão serviu de sinal e testemunho aos pais do menino Jesus e àqueles que estavam no templo ( Lc 2:33 ). De igual modo serviu de sinal ao povo o anunciado pela profetiza Ana. Ora, o anunciado pela profetiza Ana e a revelação que teve Simeão foram a respeito do Cristo, e não de questões particulares.
Perceba que a revelação de Simeão serviu de sinal e testemunho ao povo de que o menino é a consolação de Israel ( Lc 2:34 -35), porém, ele morreu e não viu o seu povo consolado, pois a promessa ainda se dará no futuro.
Quando se estabelece alguma condição para receber algo, já não é promessa, e sim uma recompensa. Não há promessas condicionais, pois se assim fosse estabeleceria uma dívida entre o Criador e a criatura ( Rm 4:4 ).
Todos os homens são falhos e nenhuma promessa de Deus esteve ou estará vinculada a fidelidade do homem. Abraão, um exemplo de fé, mesmo após receber o testemunho de que creu em Deus, cometeu várias falhas. Na tentativa de auxiliar Deus a cumprir a sua promessa apresentou o seu servo damasceno Eliéser ( Gn 15:3 -4), o seu filho Ismael ( Gn 17:18 ) e riu-se da promessa ( Gn 17:17 ).
Os cristãos são fiéis por estarem em Cristo, ou seja, ninguém é fiel a Cristo, antes, por estar em Cristo, na condição de nova criatura, é fiel EM Cristo ( Ef 1:1 ). Por andar na presença de Deus Abraão foi declarado perfeito (justificado) ( Gn 17:1 ). Como andar como Abraão? Por fé!
As promessas de Deus são incondicionais para que o homem possa descansar nele, pois é Ele quem trabalha para os que nele esperam (crêem) ( Is 64:4 ).
Algumas pessoas consideram o capítulo 28 de Deuteronômio como promessas condicionais, porém, é uma expressão da lei. Por que expressão da lei? Porque só é possível servir a Deus (ou obedecê-lo, ou cumprir os seus mandamentos) por meio da fé. Se fosse possível aos ouvintes da lei cumpri-la, não haveria necessidade da vinda do Messias, pois o mandamento de Deus só é possível cumprir por intermédio de Cristo.
As promessas de Deus são todas sustentadas pela sua fidelidade e Ele não fica a mercê das realizações pessoais de homem algum ( Hb 6:13 ; Am 6:8 ).
É factível que a promessa da vinda de Cristo seja protelada pela ‘promessa’ particular de que Deus dará um filho a alguém? A ‘promessa’ de uma vida farta neste mundo, ou como dizem, ‘Deus virará o seu cativeiro’, mudará os tempos que Deus estabeleceu por seu próprio poder?
O que Jesus realmente prometeu? “E Jesus, respondendo, disse: Em verdade vos digo que ninguém há, que tenha deixado casa, ou irmãos, ou irmãs, ou pai, ou mãe, ou mulher, ou filhos, ou campos, por amor de mim e do evangelho, Que não receba cem vezes tanto, já neste tempo, em casas, e irmãos, e irmãs, e mães, e filhos, e campos, com perseguições; e no século futuro a vida eterna” ( Mc 10:29 -30).
Enquanto Jesus disse que no mundo os seus seguidores teriam aflições, muitos cristãos se valem de pretensas promessas para reclamar de Deus como fez Baruque “Ai de mim! Acrescentou o Senhor tristeza à minha dor; estou cansado do meu gemido, e não acho descanso” ( Jr 45:3 ).
Porque fizeram algo, como fez Baruque ao ser escriba de Jeremias, pensam que Deus lhes deve alguma coisa. O descanso que procuram é concernente a esta vida, e desprezam o verdadeiro descanso do Senhor!
Para estes diz o Senhor: “Procuras grandezas? Não as busques. Pois eu trarei mal sobre toda a humanidade, diz o Senhor, mas a ti darei a tua alma por despojo, em todos os lugares para onde fores” ( Jr 45:5 ).
A promessa da segunda vinda de Cristo é a promessa mais repetida em o Novo Testamento. Por 318 vezes, esta promessa é lembrada no texto sagrado, o que mostra, claramente, que se trata da promessa mais importante para a Igreja, a razão de ser da sua própria fé. Paulo, na sua última epístola, mostra que era esta a sua esperança, tanto que diz que esperava a coroa que estava reservada não só a ele, mas a todos quantos amassem a vinda do Senhor (II Tm.4:8), a nos indicar, portanto, que o motivo do bom combate, da guarda da fé e da carreira até o fim era o amor à vinda de Jesus. A promessa da vinda de Cristo é uma promessa incondicional. Jesus diz “certamente cedo venho” (Ap.22:20) ou, ainda, “eis que cedo venho” (Ap.22:12), a mostrar que se trata de uma afirmação do Senhor que não depende de qualquer condição para que seja cumprida. Como diz o poeta sacro Justus H. Nelson, no hino 36 da Harpa Cristã, “Sua vinda é certa”, embora não saibamos quando. Jesus virá, estejamos preparados ou não, o que aumenta a nossa responsabilidade. Existem condições para sermos arrebatados, mas a promessa do arrebatamento é incondicional.

Pr.Alex Rabello
15/11/2010

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